27 de ago. de 2009

Minayo; Sanches,1993

Minayo MC & Sanches O 1993. Quantitativo-qualitativo: oposição ou
complementaridade? Caderno de Saúde Pública 9(3):239-262.
http://www.scribd.com/doc/16275611/QuantitativoQualitativo-Oposicao-ou-Complementaridade

Scraiber, 1995

Pesquisa qualitativa em saúde: reflexões metodológicas do relato oral e produção de narrativas em estudo sobre a profissão médica
Lilia Blima Schraiber

3 de ago. de 2009

Paula, 2008

O "Outubro" de Marx
João Antonio de Paula
Nova econ. vol.18 no.2 Belo Horizonte May/Aug. 2008
(Embora interessante, não serve muito para a tese. É uma análise de O Capital)

O capital tem sido visto como reposição do tema da "odisséia", como "ersatz" de um "romance de formação". Cessam aqui as analogias. Ao fim e ao cabo, enquanto na "odisséia" e nos "romances de formação" o tema da jornada é o apaziguamento do herói, sua reconciliação consigo mesmo em O capital, não há possibilidade de solução que não seja a destruição não só do "herói problemático", a mercadoria, e de todas as formas de sua presentificação (valor, dinheiro, capital), bem como das instituições que o engendram e lhe dão suporte: o Estado burguês, a propriedade privada, as classes sociais, a divisão do trabalho e o trabalho alienado.
(...)
É nessa carta de 29 de novembro de 1858 que aparece, pela primeira vez, a Mercadoria como ponto de partida da "Crítica da economia política". Tal inovação na exposição, a substituição do VALOR pela MERCADORIA é mais que uma questão de estilo, de forma no sentido trivial do uso da palavra. É uma REVOLUÇÃO, é, de fato, o "Outubro" de Marx, a definitiva complementação de sua superação da economia política clássica. Começar com a MERCADORIA significa não só superar os termos da exposição de Adam Smith e Ricardo, do melhor da economia política, como colocar a superação da forma mercadoria, do capitalismo, enfim, como objetivo indescartável da crítica da economia política, do pensamento e da prática do marxismo.

Meirelles, 2006

O conceito de serviço
Dimária Silva e Meirelles
Rev. Econ. Polit. v.26 n.1 São Paulo ene./mar. 2006

A ausência de uma base material não impede que o serviço tenha valor, principalmente valor de uso. Na verdade, "um serviço nada mais é que o efeito útil de um valor de uso, seja da mercadoria, seja do trabalho" (Marx, 1867, vol I:159). No caso dos serviços de transporte, por exemplo, o valor de uso destes serviços é o "efeito útil" do processo de transporte, que se traduz na existência espacial modificada, pois o que se vende é a locomoção. Ou seja, a utilidade do serviço se manifesta no processo de realização de trabalho, sendo impossível a sua circulação e utilização tal como uma mercadoria.

Portanto, na visão de Marx, a tangibilidade da ação da força de trabalho em movimento no circuito produtivo não é prerrogativa para que o trabalho aplicado seja considerado produtivo, ou seja, um trabalho que agrega valor. Do ponto de vista produtivo, o importante é que se estabeleça uma relação capitalista de produção. Esta proposição é válida tanto para a produção de bens quanto a de serviços. Neste sentido, Marx avança significativamente em relação a Smith, porque todos os serviços cujo processo produtivo se dê em bases capitalistas de produção são considerados produtivos, independentemente do resultado deste processo ser tangível ou intangível.

Lamentavelmente, porém, mesmo considerando a possibilidade das atividades de serviço serem produtivas, Marx abandona esta perspectiva de análise, dedicando pouca ou quase nenhuma atenção aos serviços. Preocupado em explicar o mundo econômico de sua época, o "mundo das mercadorias", o autor orienta seu esforço teórico à compreensão da lógica de funcionamento da economia capitalista baseada essencialmente na produção industrial. Neste contexto, embora as atividades de serviço, desenvolvidas mediante relações capitalistas de produção sejam consideradas produtivas, na visão do autor elas só adquirem importância econômica quando associadas ao processo de valorização do capital industrial - súmula de todos os capitais na economia. Desse modo, os únicos serviços considerados relevantes do ponto de vista econômico são os serviços de comunicação, transporte e armazenamento de mercadorias. Apesar de não contribuírem diretamente na formação do valor, estes serviços evitam a deterioração do valor de uso e tornam o produto acessível para o consumo, proporcionando a realização da mais-valia obtida no processo de produção e, assim, completando o ciclo de valorização do capital. São "um processo de produção dentro do processo de circulação e para o processo de circulação", ou seja, não constituem custos de circulação isolados, como é o caso dos serviços de comercialização.